Por Thiago Nasser e Eli Werneck

Hoje, Dia da Terra, recebemos um tocante relato de Eli e Cilene Werneck, produtores da nossa comunidade e responsáveis pelas Cachaças Werneck. Renomados e premiados, aprendemos que seu trabalho vai muito além de se preocupar com a qualidade da branquinha. A cabeça branca também ensina que o papel do produtor também se estende ao cuidado da terra.  Leia aqui o relato deles. 


“Estamos comemorando 15 anos de um projeto sustentável de sucesso. Sempre reforçamos práticas sustentáveis na produção, como economia de recursos e a reutilização integral dos subprodutos da cachaça. Acredito que o projeto de reflorestamento e demais práticas de preservação possam servir de inspiração a outros empresários, independente do setor em que atuam.

O dia 22 de abril, declarado em 2009 pela ONU como o Dia Internacional da Mãe Terra, é oportuno para trazermos à tona um pouco do nosso trabalho e seu propósito ambiental, e trazendo a preservação no seu DNA.

Nós, Eli e Cilene Werneck, somos um casal de produtores de cachaça orgânica em Rio da Flores, e  recuperaram 50% da área do sítio Werneck, através do esforço e insistência: são 15 anos dedicados ao reflorestamento da área. Adquirimos a área em 2006, quando a ideia era usar o sítio pela família.

Havíamos inicialmente adquirido a área para lazer, e queríamos ter horta, pomar. Verificamos que o solo estava bem pobre: a terra estava socada pelo gado e já tinha sofrido queimadas. Assim, partimos na jornada de recuperar a vegetação do sítio, muito antes da produção de cana.

Foram muitas etapas de plantio nessa jornada. A primeira teve foco na mata ciliar, plantando mudas de plantas da Mata Atlântica à margem do Rio das Flores. Entre as doações, mais de 500 mudas foram entregues pelo horto e prefeitura do município de Rio das Flores. Foram plantadas 1.152 mudas no total, mas muitas não resistiram. Insistimos e continuamos levando sementes, mudas e ampliando o reflorestamento.
E valeu o esforço: o aspecto hoje é bem diferente do de 2006, quando o sítio de 11 hectares foi adquirido por nós. São 6 hectares cobertos por plantas nativas, bem acima do exigido por lei. A produção de cana ocupa apenas 20% da área. Entre as espécies típicas da Mata Atlântica encontradas no sítio estão pata de vaca, suinã,  artemisiana, ingá, maricá, mimosa angustiíssima, sombrero e aroeira. Também retornaram ao local diversos exemplares da fauna como pássaros, capivaras, tatus, lagartos e sapos. 

O reflorestamento é um trabalho em progresso porque a consolidação de uma mata, de uma floresta, não leva menos de 20 anos, considerando as espécies de crescimento mais rápido. Algumas espécies vão ficar para meus netos verem..”

Confira o vídeo do Sítio gravado pelo Eli Wernek: