Sol, mar límpido e montanhas verdes. No mundo da maricultura, isto é, do cultivo de mariscos, esta é a descrição de uma fazenda. Em janeiro, estivemos na Ilha Grande para filmar a “lavoura” de Felipe, Bruno, Nuno e Bernardo, os meninos por trás da Fazenda Marinha Vieiras da Ilha para mais um Junta Local Vai.

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Para quem não sabe, a Junta Local, em sua missão de mostrar de onde vem os produtos que são encontrados em suas feiras e na Sacola Virtual, tem produzido diversos vídeos contando um pouco sobre o trabalho dos nossos produtores.

O vídeo entra agora na fase de pós-produção e deve demorar um pouco mais para ser finalizado. Mas já começamos a contar no Instagram um pouco mais sobre a viagem e a história da maricultura em Ilha Grande, uma promissora atividade econômica que pode proporcionar sustentabilidade para muitos pequenos produtores e muita comida boa, local e justa.

No caso, a fazenda dos meninos da Fazenda Marinha Vieiras da Ilha é a paradisíaca Praia do Longa. Mas não se enganem, o trabalho é braçal e diário justificando totalmente o termo “fazenda”. Não tem enxada, mas tem cuidado diário no trato dos bichos; pode não haver preocupação com chuva, mas há preocupação com correntezas e temperatura da água; não tem capinagem, mas tem manejo diário dos animais.

Ao longo de dois dias, acompanhamos o trabalho dos nossos fazendeiros marinhos e o final da visita foi celebrado da maneira que entendemos ser apropriada: cozinhando! Em breve traremos um tutorial sobre a limpeza de mexilhões e vieiras, produtos com os quais ainda não temos tanto costume de lidar, junto com receitas de Tatiana Fernandes da cozinha da Comuna. Por enquanto deixamos nossa comunidade com fotos e algumas receitas feitas no total improviso, no calor em torno da fogueira e da cozinha.

Vieiras na Brasa
Vimos essa inusitada e simples preparação no churrasco de confraternização de final de ano da Junta Local. Felipe simplesmente limpou as conchas das vieiras e as colocou sobre a grelha. As vieiras se abriram sinalizando que estavam prontas. Daí é só abrir, retirar tudo que não é carninha branca e comer. O sal é o da água do mar mesmo.

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Teve repeteco dessa preparação na viagem. Dessa vez, Nuno improvisou uma grelha sobre pedras e fez a brasa a partir de restos de madeira. Seu toque final consistiu de uma batizada com Heineken mesmo. Ninguém é de ferro!

Mexilhões à Praia da Longa
Vinho branco de qualidade duvidável, manteiga comprada no mercado do vilarejo de Monsuaba, pimenta biquinho esquecida na geladeira? Temos os ingredientes para fazer uma versão local e sem vergonha do clássico moules marnière.

Primeiro, limpamos bem os mexilhões em água corrente, retirando as “barbas” e o máximo possível das cracas agarradas nas conchas. Depois refogamos uma cebola na manteiga, jogamos as pimentas biquinho cortadas em metades e, com as cebolas já amolecidas, acrescentamos mais ou menos uma taça de vinho branco. Seguiram os mexilhões limpos. Algumas mexidas e a panela foi coberta por uns minutos. A partir daí, os mexilhões começaram a se abrir sozinhos e foram servidos. Tão bom quanto os mexilhões é o caldo que sobra na panela!

Crédito das fotos: Samuel Antonini | antonini.fot.br