Texto da colaboradora Luciana Martinez

Se a preguiça tivesse um dia da semana para chamar de seu, seria o domingo. Sair da cama numa manhã dominical? Só com um bom motivo. Tipo… bacon! Gostinho de infância. Cheiro de férias. Amor proibido. Essas coisas pelas quais vale a pena encarar a posição vertical.

Então, foi com essa disposição que eu embarquei na minha mais recente aventura pelo fantástico mundo da Sacola Virtual. Um brunch caseiro, no esquema nova-iorquino. Para comer, ovos benedict, um clássico. Para beber, mimosa (ou você acha que o namorado harmonizador ia ficar deitado?).

Bom, a primeira coisa é colocar o Sinatra para criar um clima. Mentira, não é, não. A sugestão de verdade é começar o preparo do brunch pelo drink. Mimosa é moleza. Partes iguais de suco de laranja e espumante à sua escolha. Eu espremi 1kg de laranjas Bahia da Quintanda Natural em uma jarra e fui completando cuidadosamente com espumante Valmarino Prosseco, que o Wine It! leva para as feiras e Sacola Virtual. Agora, vale a pena dar uma coada no suco. Admito que dei bobeira nesse detalhe e o encontro das borbulhas com os gominhos deixou a mimosa com um pouquinho mais de espuma que o recomendado. Então, não faça o que eu faço; faça o que eu digo, combinado?

blog_12.abr.2016_laranja

Drink garantido, vamos ao protagonista. Os ovos benedict, também conhecidos como ovos poché, são servidos com molho holandês e tiras de bacon sobre uma fatia de pão torrado. Para esta receita, usei ovos caipiras do Manacá Orgânicos (perfeitos), o suculentíssimo bacon defumado da Charcutaria Mineira (a peça já te ganha pelo cheiro) e um brioche do Atelier des Saveurs (que de tão maravilhoso chega a parecer um bolo).

Aí você pensa: “pô, mas ovo poché é meio complicado”. É que você não tem a manha do papel filme. Mas, calma, vamos por partes. Primeiro, precisamos falar sobre o bacon. Vejo duas opções neste prato: cortar em lâminas tão finas quanto possível (como acabei fazendo) ou picar em cubos bem pequenos. Vale dar uma amolada na faca antes de começar essa etapa. Como estamos falando de uma parte gordurosa do porco, pode mandar para frigideira ao natural sem óleo, manteiga ou azeite que o negócio já acontece. A saúde agradece.

blog_12.abr.2016_bacon

Não são nem 10h30 e o bacon já está da cor do pecado no papel toalha. O que significa que chegou a hora dos ovos poché. Antes de tudo, coloque uma panela com água para esquentar. Quando ferver, baixe bem o fogo. A água tem que estar fervente e não fervendo. Aí, vamos ao truque do papel filme. Quem diria que um negócio tão pouco prático seria facilitador de alguma coisa. Pois é.

Sem mais delongas, cubra um prato fundo com um quadrado de papel filme. Unte o plástico com azeite e sal e quebre o ovo no meio. Depois junte as pontas do papel filme, fazendo uma trouxinha. Leve a trouxa à água fervente, mexa em círculos por três minutos. Depois retire o papel filme e deixe o ovo já mais formadinho nadando por mais um minuto. Tcharan: seu ovo poché está pronto e lindo. A única coisa chata é repetir o procedimento a cada ovo. Como os ovos benedict são sempre no plural e eu não podia deixar o harmonizador com fome, fiz tudo quatro vezes.

blog_12.abr.2016_ovos

Ovo no ponto, bacon já frito. Só falta o molho. Aí são três gemas, 150g de manteiga, duas colheres de sopa de água, sal, pimenta do reino e o suco de meio limão. Bata as gemas com a água em um recipiente qualquer. Depois, coloque a mistura em banho-maria e continue batendo em movimentos circulares (sempre para o mesmo lado, uma regra velha e conhecida, mas não custa repetir). Aos poucos, vá colocando a manteiga. Tempere com sal e pimenta. E, por último, o suco do limão. Simples.

Hora de montar o prato. A base de tudo são as fatias do brioche (nem muito grossas, nem muito finas e levemente torradas, para dar uma firmeza). Depois, o bacon. Em seguida, os ovos. Depois deles, o molho. Para quem gosta, ainda cabe uma salsinha picada em cima para dar um frescor final. Pronto. Pode servir uma tacinha de mimosa e mandar ver!

blog_12.abr.2016_completo

Olha, pode não ser o prato mais rápido do mundo. Mas, no frigir dos ovos (benedict), vale o empenho. Bom apetite.

Crédito das fotos: Luciana Martinez