O que vamos comer amanhã?
Diante de um mundo que enfrenta enormes desafios ambientais, sociais e econômicos, a resposta a essa pergunta parece ser cada vez mais incerta. Para discutir a comida que queremos comer amanhã e o que podemos fazer, o Comida do Amanhã, grupo criado para estabelecer pontes entre atores-chaves no mundo da alimentação e amplificar suas vozes, organizou no dia 15 de outubro, no Museu do Amanhã, o SemeÁrio, uma sequência de palestras sobre temas que foram da compostagem orgânica até a pesca sustentável. A Junta Local esteve por lá para falar da importância de se problematizar não apenas O QUE comemos, mas também COMO a comida chega até o nosso prato. Tão importante quanto questionar como a nossa comida está sendo produzida é refletir sobre como ela está sendo distribuída, e por isso trouxemos algumas contribuições da Junta Local criando sistemas de relação direta entre produtores e consumidores em que quem produz tem voz ativa e participa da criação de novas e alternativas estruturas.
Foi possível ainda aprender muito sobre outros doze temas. A Conservação International do Brasil, falou da sobrepesca e de como se informar melhor sobre a origem do peixe. Lucas Chiabi, nosso parceiro do Ciclo Orgânico, contou do seu sonho de criar um sistema descentralizado de aproveitamento do lixo pela compostagem. Mostrando que a comida do amanhã passa pelo resgate das comidas do passado e do conhecimento tradicional, Mariella Uzeda, pesquisadora da Embrapa, relatou o trabalho que está sendo feito para mapear e trazer de volta para o prato algumas herbáceas e arbóreas comestíveis, como a beldroega, caruru e outros. Também subiram ao palco Diogo Félix, Luciara Franco e Maria El Warrak, que nossa comunidade já conhece do projeto Chega Junto | Caritas. Diogo e Luciara fizeram um panorama geral do trabalho realizado até agora no apoio e inclusão de produtores pela comida, e a produtora Maria El Warrak deu seu relato.
O fio condutor de todas as falas foi o empoderamento através da comida. Pensar na comida do amanhã implica em tomar medidas que vão além do garfo, em fazer Política com “P” maiúsculo, exigindo a discussão e implementação de políticas públicas que reconhecem a centralidade da alimentação como bem coletivo e colocam em prática ferramentas que aproximam o cidadão do produtor e das boas práticas alimentares.
Reconhecendo o comer como ato político, no processo de criação do SemeÁrio, o Comida do Amanhã envolveu seus diversos parceiros na elaboração de um Manifesto e Carta Compromisso, com reivindicações específicas, como a proteção do Circuito de Feiras Orgânicas, a criação de medidores sobre consumo alimentar e ferramentas para diminuir o desperdício alimentar, valorizando a agricultura familiar. O Manifesto e a Carta Compromisso viraram uma petição que poderá ser assinada online ou nas próximas feiras da Junta Local.
O Manifesto pode ser acessado por aqui.
Para nós foi a melhor maneira de comemorar o Dia Mundial da Alimentação, celebrado em 16 de outubro.
Saiba mais sobre o projeto Comida do Amanhã, a Conservação Internacional e o Ciclo Orgânico.
Crédito das fotos: Larissa Mayumi | Comida do Amanhã