Texto da colaboradora Luciana Martinez
Sim, a Sacoleira andava sumida, culpa de uma rotina atribulada. Mas isso não é desculpa, basta adaptar a receita ao tempo apertado. Por isso a receita que resolvi testar essa semana foi um curry vegetariano, simples e ligeiro, mas cheio de sabor. Além disso, faz um tempo que estou de olho nos legumes que andam aparecendo na Sacola Virtual e fiquei pensando em uma receita para usá-los. Umas pesquisas aqui, outras consultas nos livros de receita de casa até que me veio a ideia do curry. E, para completar, seria algo inédito para mim. Comida boa, novidade na cozinha e a sala toda perfumada ou definição de felicidade para uma comilona que nem eu.
Dito isto, vamos para o fogão. Ou melhor, para a escolha dos ingredientes primeiro. A pasta do Cook Sauce é de curry tailandês amarelo. Cada tipo de pasta combina mais com determinados alimentos. A amarela é mais conhecida por ser usada nas receitas de frango ao curry, mas também vai bem com vegetais. Tentando encontrar uma boa mistura de verduras e legumes para a receita, cheguei ao seguinte conjunto: batata-doce do Manacá Orgânicos, cenoura Orgânicos da Fátima e shiitake do Cogumelos Umami. Chegando em casa, abri a geladeira e vi uma couve-flor linda que tinha comprado na feira de manhã, e ela acabou entrando para o prato. O mesmo aconteceu com as folhas de limão kaffir: estavam dando sopa na despensa e resolvi usar duas na receita. Mas um ingrediente em especial merece um minuto de silêncio. As cenouras mini eram as mais lindas que já vi, pareciam as do Pernalonga. Era tanta beleza que fiquei até com dó de cortá-las. Por fim, foi preciso usar um terceiro ingrediente que não veio da Sacola, o leite de coco.
O grande segredo do curry vegetariano é saber a ordem de colocar os ingredientes na panela e, para isso, é preciso ficar atento ao tempo de cozimento de cada um deles. Minha ordem, então, foi batata-doce, cenouras, couve-flor e o shiitake. Só um detalhe: batata-doce é um troço demorado de cozinhar. Eu e meu já famoso assistente/namorado/harmonizador ficamos com medo de colocar direto na panela sem dar uma cozinhada antes, e optamos por deixar a batata por quinze minutos na água antes de misturá-la ao curry. Na hora pode ter parecido só precaução, mas acho que não teria dado muito certo sem essa etapa. Sobre as quantidades, só o leite de coco que mereceu precisão (usei 300ml), o resto fui vendo no olho, equilibrando entre o curry e números de pessoas – no meu caso, duas.
Legumes e cogumelos picados, hora de esquentar o leite de coco. Quando começar a ferver, pode colocar a pasta de curry e misturar até ela se dissolver completamente. Atenção aos desavisados: a pasta é apimentada, então cuidado com a empolgação. Lembra da ordem? Batata-doce, cenoura, couve-flor e shiitake. Bom, agora é colocar um item de cada vez, deixando cinco minutos na panela antes de adicionar o próximo. Confuso? Vou explicar de novo então. Entrou batata-doce, liga o timer cinco minutos, apitou, entra cenourinhas do Pernalonga e assim vai. Mas aí brota aquela dúvida: também é para deixar o shiitake cinco minutos? Não, o shiitake pode ficar menos. Cozinha não é ciência, é coração. Então, vai dando aquela provadinha. É provável que passado dois minutos, o almoço já esteja pronto para ser servido. Ao longo do processo, pode ser que o curry engrosse. Sem pânico. Só adicionar um pouco de água, o suficiente para não ficar muito líquido. Curry ralo pode ser considerado atentado à culinária.
Para acompanhar, testei um arroz thai – por simples curiosidade mesmo, mas pode ser basmati ou o arroz que você preferir. A estrela da refeição é o curry e o ideal é combinar com algo bem neutro. Pratos servidos. Assistente me lembra do toque final – ou vocês acharam que eu ia conseguir escapar da harmonização? E, olha, o curry foi um desafio. Mas depois de alguns dias de deliberação, optamos por combinar com cerveja. E se tem uma coisa que a Sacola Virtual tem aos montes é cerveja. Ou seja, divirta-se e aproveite para conhecer novas marcas e gostos.
Crédito da foto: Luciana Martinez