Essa semana tivemos a notícia de que a Monsanto aceitou a proposta de compra feita pela Bayer. A nova empresa criada a partir dessa compra – caso seja aprovada pelas autoridades de antitruste, o que não é improvável – controlaria 25% da oferta mundial de sementes e pesticidas. A Bayer é a segunda maior corporação mundial de químicos para agricultura; a Monsanto, por sua vez, é a maior empresa de sementes, sendo que muitas manipuladas geneticamente para oferecer maior resistência a… pesticidas. Após a fusão de outras instituições no setor – como a DOW e DuPont – fica evidente a estratégia de consolidar a simbiose entre sementes e químicos.

É importante falar sobre esse “casamento dos infernos”, pois a concentração de fatias de mercado na mão de um número pequeno e poderoso de empresas tende a reduzir a variedade de produtos disponíveis para fazendeiros e também a favorecer o tipo de agricultura baseada no uso intensivo de “tecnologias” como pesticidas e transgênicos.

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Em outra palavras, agricultores enfrentam cada vez mais o dilema de ingressarem num estilo de vida e numa agricultura cujas opções são dadas por um punhado de empresas que, por trás de um discurso de revolução verde e da necessidade de alimentar bilhões, agem pelo desejo de conquistar mercado e sobreviver em um ambiente cada vez mais competitivo, pois, como mostra o artigo do Wall Street Journal, os retornos da agricultura tecnológica estão cada vez mais baixos.

A outra opção para quem trabalha da terra é buscar uma relação mais próxima entre o campo e quem come, algo que os grandes não estão dispostos a fazer.

Charge retirada da matéria feita em Rinnovabili.it