Por Maria Schatovsky
Começamos nossa série “Junta Local Vai” com uma pequena adaptação: “Junta Local Veio”. Esse mês, nosso relato será um pouco diferente: contaremos um pouco mais sobre os bastidores do Moinho Aberto. Para os que não ficaram sabendo, no dia 20 de agosto abrimos as portas do nosso galpão de distribuição
barra escritório barra sede da Junta Local pela primeira vez. Foi possível fazer a retirada de pedidos da Sacola da Junta, abastecer a despensa e geladeira com uma farta oferta de folhas, frutas, legumes e verduras e itens do nosso Armazém, comer e bebericar com os produtores convidados e, sobretudo, foi uma oportunidade para ver em primeira mão como funciona o sistema de distribuição dos pedidos feitos pelo nosso site – seja pela Sacola da Junta ou Assina Junta – de conectar de forma direta com produtores e, como sempre, celebrar a comida boa, local e justa.

O Moinho Aberto foi ao mesmo tempo uma retomada e um passo adiante. Começamos colocando o Rio de Janeiro cara a cara com os produtores e agora caminhamos querendo baixar a quarta parede e mostrar as engrenagens de como funciona o vai-e-vem de pessoas e produtos que fazem parte da nossa proposta de mudança de sistema alimentar. Nesse sentido, foi um retorno às origens, pois lá em 2014 as feiras aconteciam de forma concomitante às entregas da Sacola da Junta que na época era chamada de Sacola Virtual. Era muita correria, isopor com gelo seco para dar conta, improviso no sistema de conferência e pagamento enquanto produtores faziam degustações e filas se acumulavam! Apesar da nostalgia, é uma alegria poder compartilhar a nossa evolução: um espaço próprio, com nossas câmaras frias e congeladas e toda estrutura para que possamos atuar também nesse ponto tão importante do sistema alimentar. 

Voltando um pouco a fita, prometemos contar um pouco mais dos nossos bastidores e aqui vamos lá. Assim, como quase tudo dentro da Junta Local, novos projetos, ideias e criações precisam encaixar dentro da nossa rotina de operação, com a força dos braços e mentes da nossa enxuta equipe e com recursos limitados de uma plataforma de baixo custo, o Moinho Aberto não foi diferente, porém como quase tudo dentro da Junta Local, contamos com a vontade da nossa equipe de transformar o sistema alimentar pouco a pouco, de feira em feira, sacola em sacola e ideia em ideia, e com uma rede de parceiros dispostos a contribuir e somar nos nossos pequenos grandes passos. E foi assim que decidimos abrir nossa casa. Um desejo que já estava ali pairando sobre nossas cabeças, e depois da ida da equipe de comunidade para São Paulo, com visitas ao Instituto Chão, Instituto Feira Livre, Feira Naturebas, resolveu sair do papel – ressalto aqui que sem a constante insistência da importância desse movimento e os muitos empurrõezinhos do Thiago Nasser isso ainda estaria no plano das ideias.

Entre a batida de martelo e o acontecimento do evento foram menos de 30 dias, e mais de trocentas dúvidas: Como trazer personalidade própria para esse evento? Como diferenciar o Moinho Aberto das nossas feiras? Comidas e bebidas? Será que não vem ninguém? Será que vem gente demais? Como vamos estruturar um ponto de venda físico? O que vamos comunicar sobre os produtores que estarão aqui? Pet pode entrar? Pode parecer trivial todas essas questões para receber e conhecer nossa operação, mas tão importante como saber de onde vem a sua comida é saber por onde ela passa no caminho até você. Nossa proposta é trazer transparência e proximidade em todas estas etapas. As ideias estão mirabolando para as próximas edições, queremos aproximar ainda mais a comunidade, para além dos produtos, através de conversas e degustações. A próxima edição será no dia 22 de outubro. Pode anotar na agenda.

Terminamos aqui com o nosso muito obrigado aos que chegaram junto, à vizinhança da Gamboa que compareceu, ao Moinho Fluminense pela parceria e confiança e à equipe da Junta que brilhou. Um agradecimento especial ao time de peso que participou. Juntamos e misturamos os veteranos The Slow Bakery, com a emoção de levar seu pão para um antigo moinho desativado, com o novato Lucas da Sovertiño. Teve café com muito afeto e técnica da Artemis, cervejinhas da Hocus Pocus e a comida super reconfortante da Cozinha da Latifa.