Introdução por Maria Eduarda Schatovsky

Seguindo nossa série, “1 Ingrediente, 10 Receitas” está na hora da passagem de bastão. Depois das receitas explorando diferentes formas de processamento do milho, hoje apresentamos o nosso ingrediente do mês: as couves. Usamos o plural para destacar de pronto suas infinidades de variedades, gostos e texturas. A nossa distância entre a produção e a compra, como dizem nossos amigos do Lano-Alto, definiu que chamamos as coisas por apenas uma palavra, quando na verdade, tudo tem um nome composto. Perdemos as referências a partir do momento que nossas compras são definidas pelo que o mercado nos oferece. Couve mineira, toscana, roxa, rábano, flor, véu de noiva, de bruxelas, kale são algumas das variedades e sobrenomes que encontramos desse ingrediente. O singular é pouco para esse ingrediente com variedade tão singular.

Explorar essa diversidade é uma passeio também por seus diferentes preparos e usos. No Brasil o clássico é a couve fininha refogada, acompanhamento clássico não só da feijoada e cozinha mineira, mas de onipresença refletida em sua facilidade de cultivo em quintais de todo país. Essa mesma couvezinha conforto tem versões mundo afora, com variações no preparo – pense na couve do caldo verde e nos collardgreens, uma variedade específica, mais amarga, preparados, com caldo e típico do lowcountry americano. Eis que mais recentemente houve a descoberta da couve, especificamente a variedade enrugadinha, pelos hispters. A tal da kale virou febre em 10 entre 10 restaurantes descolados nos brooklyns mundo afora (kimchi opcional). Virou febre também nos detoxs e como verdinho milagroso para compor saladas cruas. Vamos explorar um pouco todos estes usos por aqui, mas sempre começando pelo mais simples e trivial, e reforçando uma mensagem muito simples: couve é bom demais.

Nossa já grande conhecida por aqui, Renata Araújo, da Realimentare, estreia com uma receita altamente identificável, improvisada e com o que tem na geladeira. Resolveu fugir do lugar comum da couve na nutrição: o do suco verde, preferiu o bolinho de couve frito. A receita resgata o olhar do reaproveitamento na culinária do dia a dia, o de enxergar as “sobras” da geladeira com uma nova perspectiva. Saudável, versátil e gostosa, além do fácil cultivo, as couves têm alto potencial anti-inflamatório por serem poderosas fontes de vitamina C e uma excelente fonte de cálcio, principalmente para aqueles com restrições ao consumo do leite. A receita é baseada naquele clássico bolinho de arroz da casa da vó!

Bolinho de Arroz com Couve

Ingredientes:

1 molho de couve
3 xícaras aproximadamente de arroz já cozido (aqui usei a mistura com os dois tipos que tinha na geladeira, cateto com abobrinha e cateto com lentilha)
400g de queijo muçarela
3 ovos
1 xícara de milho cozido
1 cebola picada
1 dente de alho amassado
1 pitada de sal

Modo de preparo:

Sem mistérios, o modo de preparo consiste em misturar todos os ingredientes, modelar os bolinhos e por último fritar. Os ingredientes podem variar de acordo com o que se tem na geladeira, mas o que não pode faltar é o ovo e o queijo para garantir a liga da massa.

Aproveite a variedade de couves, direto dos nossos produtores, na Sacola da Junta.
Confira todas as receitas da série aqui.